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Com texto e direção de João Garcia Miguel, o espetáculo tem músicas de Artur Fernandes e leva a palco sete intérpretes: Luís Fernandes, Gustavo Antunes, Rafael Zink e os quatro músicos de Clarinetes Ad Libitum (Nuno Pinto, José Ricardo Freitas, Luís Filipe Santos e Tiago Abrantes).

O Meu Nariz É Árabe inspira-se na poesia de Al-Mu’Tamid. "Ao passar junto de uma vide, esta arrebatou-lhe o manto. Indignado, o passante pergunta-lhe por que razão o odiava ela tão veementemente. Ao que ela lhe respondeu: já que os teus ossos se abeberam do meu sangue, porque passas por mim e não me cumprimentas?". Este diálogo não existe, nunca existiu, tal como o tempo histórico em que, porventura, pudesse ter existido também não existe. Aliás, nada existe, porque nada resistiu à narrativa ditada pela “voz” apostólica- romana dos vendedores. E, no entanto, eles, os “outros”, andaram por cá durante mais de meio milénio. Se há um buraco negro na nossa memória coletiva, ele abre-se no preciso período de dominação árabe do território a que hoje nomeamos de Portugal. Al-Mu’Tamid nasceu em Beja, em 1040, no seio de uma família da nobreza moura, ilustrada, como o eram as elites árabes do chamado Al Andaluz.

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