As 3 magníficas noites com Fanfare Ciocarlia, Loyko e Besh O’Drom, na abertura do Festival das Músicas do Mundo Cigano, marcaram este mês de Julho na d’Orfeu. Pelo meio, o concerto filarmónico Os CantAutores surpreendeu pelo arrojo, em mais uma noite calorosa. A maratona cultural terminou no sábado passado com o espectáculo multicultural d’Orfusão III, naquele que foi o retrato de quinze dias de construção artística colectiva sem fronteiras e com espaço para todas as correntes, a mesma diversidade que nos traz a Europa de hoje.
Os 40 jovens artistas europeus produziram em tempo-record uma performance colectiva em que a liberdade criativa foi o motor de todo o processo de fusão. O espectáculo de sábado, uma espécie de curta-metragem ao vivo, rondou os extremos da condição artística: do abstrato ao inteligível, da tradição à inovação, do correcto ao provocador, do sombrio ao espectacular. Sob a coordenação artística de Mauro Amaral (convidado numa parceria d’Orfeu com a ARCA de Faro), o espectáculo versou o mundo dos sonhos e o resultado dado a conhecer ao público reflectiu um sentimento por concretizar, tal como nos sonhos: um sobressalto dá fim ao espectáculo, no momento em que a bonança já se tinha sobreposto ao pesadelo...
Gente da Roménia, Rússia, Hungria, Sérvia e Montenegro, Espanha e de todo o Portugal. Foi este o pequeno mundo que d’Orfeu conseguiu criar dentro de portas, para Águeda sentir. E como Águeda o sentiu!