Contodo mi agradecimiento y cariño
por el recibimiento a mi grupo y mi musica.
Hasta pronto Águeda.
(José Antonio Rodríguez)
A 30 de Outubro, assim escreveu para Águeda, para o público do Mestiçal Peninsular, José Antonio Rodríguez, o andaluz, esse outro “El Cordobés”. Ali, no bard’O da d’Orfeu, onde as estrelas estão tu cá tu lá, como o mais mortal dos humanos. Eu queria ainda apanhar-lhe a voz, o riso, a opinião, até o silêncio com sentido. Que me falasse da alquimia do seu flamenco, da liberdade, do amor e da morte na sua guitarra, mas essas palavras já ele as tinha dito em palco, em grupo e em solidão. Que me contasse de Paco de Lúcia, de Astor Piazzola, Joan Baez e de outros com quem partilhou o palco, e da solidão dos artistas. Que dissesse Granada e Lorca.
Ensaiava ainda outras perguntas. “Excelência pura”, ouvi na mesa ao lado. E eu quis perguntar-lhe de que eternidades se fazem a excelência. E queria saber o que ele achava de uma associação que voa tão alto, com asas tão cortadas. Ali ao lado, fazia-se mais música do mundo. Os Ibaris tinham vindo de Itália e actuavam, contra a chuva, eles e público aconchegados a paredes de plástico. Ele que me dissesse o que acha de nós, que nos lesse a sina, que alguma cigana lhe há-de ter ensinado. Mas o meu espanhuel só chega para a sobrevivência. E fiquei entalada de perguntas. E juro aqui que eu seja espanhola, se um dia destes não vou aprender espanhol!
Entretanto, hasta pronto, Rodríguez!
Até já, guitarra portuguesa! Venha Caldeira Cabral, essa excelência que se segue!